Motorista que dirigia ônibus que causou morte de estudante tenta anular expulsão aplicada pela prefeitura de Pombal

A justiça da comarca de Pombal poderá julgar a qualquer momento um Mandado de Segurança impetrado pelo advogado Jorge Fragoso, em favor do motorista Giorvani da Silva Cândido, que exercia a função na prefeitura local, mas foi expulso em dezembro passado após ser alvo de um processo administrativo que apurou as responsabilidades de um acidente que provocou a morte de um estudante do município, em agosto de 2017.

No dia do fato, ele conduzia um micro-ônibus levando alunos para os sítios São João e Santa Maria, quando o adolescente, que estava junto à porta do veículo, acabou caindo após a mesma se abrir.

Até 2016, o transporte era feito em um ônibus maior, devido ao elevado número de estudantes, mas a partir de 2017 foi determinada a mudança para destinar o veículo grande para o transporte de universitários.

Segundo Giorvani, por várias vezes foi narrado ao então Secretário de Transporte do município, Marcelo Camilo, que havia o risco de levar crianças e adolescentes em um ônibus menor, mas o alerta teria sido ignorado.

Ao final da apuração do fato, Marcelo recebeu como punição apenas uma “Advertência”, enquanto que a penalidade maior foi aplicada ao subordinado, por ter “agido de forma negligente e imprudente”.

Na Petição feita à justiça, a defesa do motorista diz que ele foi vítima de perseguição politica por parte da atual gestão já que nunca teve qualquer punição durante o tempo em que exerceu o cargo.

Alegou, ainda, que o município foi omisso no caso, “por não designar monitores para acompanhamento e fiscalização dos alunos durante o percurso, permitindo o surgimento de brincadeiras ao longo do trajeto, as quais não podia o motorista contê-las diante de sua responsabilidade limitar-se à condução do veículo”.

O servidor Giorvani da Silva Cândido não possui qualquer advertência por escrito, tão pouco qualquer notificação por falhas ao longo dos últimos anos, o que nos leva a crer tratar-se o ato como possível ‘retaliação de ordem privada’ em caráter de vingança, uma vez que, findo o pleito eleitoral passado, membros da alta cúpula ligada ao atual Gestor passaram a perseguir os servidores que durante a campanha expressaram opinião contrária ao atual Gestor, ou que não acataram as ‘sugestões de transferência eleitoral amigável’ visando o próximo pleito”, diz trecho da Peça jurídica, à qual o Blog do Naldo Silva teve acesso com exclusividade.

Ao final, requer a concessão da liminar para determinar seu imediato retorno ao cargo, além do pagamento do salário não recebido.

Blog do Naldo Silva

Foto Ilustrativa